Conversa Vai, Conversa Vem…

Pizza

A amiga me liga. Conversa vai, conversa vem, eu pergunto: – Como passaste o Dia dos Namorados? Ela diz: – Foi uma loucura, guria! Não comi uma folha de alface! Foi um festival de carboidrato! Enchi a cara de lasanha, refrigerante, batata frita e bolo. E, pra encerrar com chave de ouro, acabei de pedir uma pizza! Tô que não fecho a tira do roupão. N’tem namorado mesmo!!! 

*Imagem capturada na Internet

Feliz Dia dos Enamorados, Valentina!

O Filho do Meio envia uma gravação:

– O que é que você quer falar pra mãe do João? (Voz da professora)

Uma vozinha linda diz, vagarosamente:

-Mãe do Zoão! Quandeu quecêrr, eu quelo casá co Zoão! Ele querrr?

O nome da pessoa é Valentina – eu vi a foto -, tem três anos, lindos cabelos castanhos, cacheados, olhinhos redondos, duas jabuticabas. Quem nem os do Zoão, só que os dele são imensos. O tal Zoão é o lindo do meu neto, vocês devem ter desconfiado.

A Vó faz gosto, claro! Tomada pelo enternecimento, fui assaltada pela compaixão. A Valentina ainda não sabe – judiação! -, mas o Zoão está prestes a mudar de escolinha.

– Tadinha dessa menina, gente! Três aninhos e já vai ter o coração partido! Depois a pessoa não se acerta mais na vida e o povo fala, com menosprezo, que ela é “romântica”!

O Filho Mais Moço, que estava por perto, soltou essa:

– É bom pra ela já ir aprendendo que a vida é dura e que ninguém tem cuidado com o coração da gente! Já vai treinando que é pra não ter ilusão!

Bem-vinda à tribo,Valentina! Feliz Dia dos Enamorados!

Cartão antigo passarinhos

 

O Rapto da Moça (a tradição de “pular a janela”)

Houve um tempo em que as moças – que aqui a gente chama ou de guria ou de rapariga -, “pulavam a janela”, como se diz, e fugiam de casa com seus amados sob as bênçãos de toda a família que, previamente alertada, ia dormir mais cedo para não botar empecilho. No dia seguinte, as mães das moças, emocionadas, iam, de porta em porta, confirmar o rapto com as comadres e os pais dos moços com os compadres, orgulhosos dos filhos e do sucedido.

Aqui a gente ama assim, ingenuamente, intensamente. Tanto é verdade, que conduzimos nossos mortos à sua morada eterna por uma rua chamada Avenida da Saudade. Não é lindo?

Pelo Dia dos Enamorados

Salto Mortal

Um olhar teu e o mundo se me descortinava em festa. De repente palhaços, malabaristas, atiradores de faca. Leões amestrados, contorcionistas, engolidores de fogo. Por fim a Poesia, e o homem de cartola anuncia:

“_ Respeitável público, vai começar o espetáculo!”.

Então, a trapezista louca se lança num salto mortal duplo sem rede de proteção. Na queda, quem sabe a morte, mas antes o voo…